"Passámos sete a nove minutos agitando as bandeiras e estávamos de frente para eles [soldados israelitas], e de repente eles começaram a atirar e as crianças caíram." Este é um dos testemunhos citados no relatório da organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW), tornado público ontem em Jerusalém..O documento, de 63 páginas, incide sobre a ofensiva militar israelita na Faixa de Gaza, em Dezembro e Janeiro últimos, durante a qual morreram 1400 palestinianos, mais de 900 dos quais eram civis. Segundo o relatório da HRW, durante a operação em causa, o exército matou onze civis - entre eles, cinco mulheres e quatro crianças - que agitavam improvisadas bandeiras brancas e se encontravam num local onde, então, não estavam a decorrer combates. .Na opinião dos relatores da HRW, que elaboraram o documento com base em testemunhos e em exames médicos e balísticos, "os soldados, na melhor das hipóteses, não tomaram as precauções necessárias para distinguir os civis dos combatentes antes de abrir fogo, como o exigem as leis da guerra". "No pior dos casos, atacaram deliberadamente civis, e, assim, são responsáveis por crimes de guerra", avança o texto que pede uma investigação ao exército..Através de um comunicado, o exército reagiu já ao relatório da HRW, considerando que a organização se baseou em "testemunhas pouco credíveis".